Uberlândia, Brasil, 1926 —
São Paulo, Brasil, 1988
A linguagem do construtivismo passou a fazer parte da produção de Wyllis de Castro por volta de 1953, quando o artista já morava em São Paulo e desenvolvia projetos de design gráfico e poemas concretos. Já em 1957, produz pinturas em óleo sobre tela nas quais uma figura geométrica funciona como um módulo que será repetido e girado na tela, formando espaços vazados que sugerem volume e movimento. Em 1959, morando no Rio de Janeiro, une-se aos artistas do Grupo Neoconcreto e desenvolve seus Objetos Ativos. Nessas pinturas em tela sobre madeira, o suporte pode ser um cubo ou uma prancha, instalados ortogonalmente à parede e assim invadindo o espaço tridimensional. O observador é desafiado pelo dinamismo obtido com poucas cores, duas ou três, que se alternam em faixas monocromáticas e interrompidas, e que continuam, deslocadas, em uma faixa de outra cor. O comprimento e a espessura de cada uma das áreas monocromáticas são definidos em função do comprimento e da espessura da peça, mas essa precisão geométrica, de proporção bem definida entre partes e todo, longe de enrijecer a forma, produz movimento tanto visual quanto do corpo do observador, que é compelido a alternar entre os dois lados da obra para apreendê-la. A cor no Objeto Ativo desloca, cai, desencaixa, e assim transgride a rigidez com uma operação mínima. Wyllis de Castro é também econômico na quantidade de peças que produz, apresentando o essencial de sua pesquisa em poucas obras. Os Objetos Ativos foram produzidos entre 1959 e 1962, e a próxima série de trabalhos virá a público no início dos anos 1970, com o mesmo rigor e economia de meios. Nos Pluriobjetos, madeira e metal continuam o jogo de deslocamento de partes e elegante afirmação daquilo que fica fora da ordem e simultaneamente seduz pelo equilíbrio.