Poços de Caldas, Brasil, 1954
“Há vinte anos Teodoro Dias passou a se dedicar exclusivamente à pintura depois de trabalhar por outros vinte anos como agrônomo. Muitas das cores que aparecem nos seus trabalhos provêm de tintas produzidas a partir de diversos tipos de solo coletados por ele e armazenados meticulosamente em frascos rotulados com informações sobre os locais de origem. “Olho muito o sol, a terra, o contraste entre a terra e a vegetação”, afirmou ele, “a minha referência é a natureza.” Algo do olhar do agrônomo, inserido no contexto das pinturas, entremesclado nas combinações dos campos de cor, ressurge para o espectador das pinturas. Não é por causa da agronomia que sobrevivem nas pinturas as “cores da fazenda”, é para que pudesse sobreviver a sua referência à natureza que aquele agrônomo via o mundo com um olhar especial, só dele.
Por causa da sensibilidade para as diferenças, essa estética moderna e contemporânea, a experiência acumulada aflora em forma de pintura, uma vida muda adquire comunicabilidade graças à força do traço, às combinações entre as cores e ao ritmo dos campos de cor. Em sintonia com a pintura de Teodoro Dias estamos em contato com uma abertura para as relações entre as coisas em lugar de considerar o mundo como o recipiente de coisas fechadas em si mesmas.”
José Bento Ferreira, “A Força do Traço”, 2017
Exposição "Linha, Cor e Movimento"
Apresentamos Linha, Cor e Movimento. A nova exposição online de acervo da Dan Galeria.