Amélia Toledo - Olhar Atual

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Sobre


São Paulo, Brasil
24/11/2012 - 24/01/2013

A contemporaneidade da obra de Amelia Toledo acompanhada da sua inquietude de produção é sintetizada no nome da exposição O Olhar Atual, que entrará em cartaz a partir de 24 de novembro, na Dan Galeria. Obras produzidas nos mais de 50 anos de carreira da artista poderão ser vistas ou revistas em sua diversidade de plataformas, substâncias e experiências.

O aproveitamento das diferentes matérias faz do trabalho de Amelia totalmente plural. Desde as suas Jóias cinéticas, adornos de metal, pedras ou bronze que lidam com o espaço formado pelo vazio, até O Mundo de Espelhos, instalação que permite o reflexo do entorno e da própria obra em si mesma, a relação entre os materiais e seu encontro é o que sempre intrigou Amelia, pois elas provocam uma série de experiências para aqueles que os observam. “Meu trabalho tem tudo a ver com essa diversidade de materiais e a propriedade de cada substância. É o comportamento das matérias, suas técnicas e propriedade que despertam o meu interesse”.

Para além do olhar, as obras penetráveis de Amelia também permitem a utilização do corpo do espectador, que passa a participar da obra ao passear pela mesma. O movimento dos corpos frente aos enormes tecidos de obras como Oceânico ou Caderno de Terra fazem-nos enxergar diferentes pinturas. Nesse sentido, os penetráveis são “um leque de cores frias”, que sugerem o espaço de abertura para o olhar do observador.

As obras públicas de Amelia, como a Programação Cromática no viaduto da Avenida 23 de maio, e o Parque das Cores do Escuro na Vila Maria, ambas em São Paulo, também têm a mesma proposição da apropriação da obra pelo espectador, além de trazer ao espaço público os materiais não convencionais àquele lugar. “Obra pública é muito importante, porque fica”, acrescenta Amelia, que considera a Paisagem subterrânea, obra na estação Arcoverde de metrô, no Rio de Janeiro, a sua obra pública mais completa.

Obras da série Horizontes, uma mescla de pintura e escultura, também estarão presentes na exposição, que fica até 24 de janeiro de 2013. A investigação do espaço da paisagem no espaço pictórico fica evidente em obras como Fatia de Horizonte, formada por chapas que refletem a paisagem produzindo um horizonte vertical e suspenso.

A artista autodidata nasceu em um berço que misturava os dotes artísticos de sua mãe e a produção científica de seu pai e foi desta escola que Amelia passou a admirar os materiais e fazer deles obras de arte. Além das consagradas obras produzidas desde a década de 70, a exposição apresentará duas obras inéditas da artista: “A exposição é um conjunto da obra e tem trabalhos novos que estou pensando agora e ainda não fiz. Quero que o espaço se torne uma coisa só”.