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Biografia


São Paulo. Brasil, 1969

São Paulo 1969

A escultura geométrica é a linguagem deste escultor. Assim, as formas circulares mostram sua habilidade em construir estruturas cheias de volumes que entram e saem do próprio corpo da obra, fazendo uma imagem que se afasta e se retrai num constante movimento. Não o movimento físico rotativo, mas aquilo que sugere outro movimento sutil para quem olha a obra que lhe chama para esses espaços negativos. Há, portanto, muitas tentativas nessas esculturas de expressar certa procura de humanizar, muitas vezes, a frieza da forma acrescentando uma volúpia, uma sensualidade latente nesses círculos que avançam no espaço em busca de repouso. Elas nascem de suas verticalidades como conquista do gesto. Não o gesto matemático, frio, mas aquele oriundo da procura de estar no espaço com sua impetuosidade, desafiando o seu equilíbrio entre formas negativas e positivas. Dessa maneira, a escultura se apresenta em sua permanência… O certo é que a construção geométrica ainda pode atrair artistas para esse eterno diálogo entre o pensamento abstrato e a forma propriamente dita. Uma permanente busca por acrescentar paixões poéticas e metafísicas ao desafio de humanizar essas expressões, como forma de procura do belo, do lúdico, da sensualidade e até da natureza, de onde tudo nasce e se cria e se recria como metáfora da existência humana.

Emanoel Araujo – Curador.