São Paulo, Brasil, 1962
“Do construtivismo russo ao brasileiro, Climachauska aperfeiçoou táticas e técnicas tradicionais em obras contemporâneas, criou uma nova cara para um antigo jogo. Ressubtrações é uma peça fundamental da obra do artista, abrange quatro séries de trabalhos que lidam com sistemas numéricos de forma sutil, velada. As pinturas de subtrações que se tornaram simbólicas no decorrer da carreira do artista, nas quais Climachauska reconstruiu edifícios modernos como quem faz um liga-pontos, tomam outras formas: são cubos, varetas, cartas e horas que são subtraídos um a um, discretamente, não apenas pelas mãos do artista, mas principalmente pelas jogadas na mente do público. Seja blefando, construindo modelos para armar catedrais ou fazendo o tempo parar, seus trabalhos recentes apelam para a imaginação do publico para dar seqüência ao jogo. A criatividade do artista testa a fantasia do publico a cada rodada, resgatando a criança e questionando o adulto no espectador.
O jogo, assim como a arte, ensina, diverte, faz pensar. Ao utilizar ícones conhecidos do universo dos jogos em sua obra, Paulo Climachauska promove entretenimento aliado a educação, cria um ambiente para debates, tanto culturais quanto sociais, uma oportunidade para reler os manuais de instrução da sociedade dos nossos tempos. Os trabalhos incitam o público a brincar de detetive, as contagens numéricas são como pistas que levam os jogadores a aprender sobre seus “adversários” e sobre si mesmos, e por fim expandir seus conhecimentos no jogo da vida. Desse modo, a arte pode ter um efeito dominó, passando valores de um para o outro.”
Fernando Mota, “Roleta Russa”, 2013