Cuenca, Espanha, 1959
“Matéria, forma e ideia constituem uma unidade, uma obra. Meus primeiros trabalhos foram figurativos e utilizava materiais como barro e madeira, que era os adequados para isso. Passei um desses retratos feito em barro para mármore, mas o resultado não me convenceu. A questão de “fossilizar” alguém nesse tipo de material não me pareceu adequada. Porém, o processo foi determinante. Cada passo dado supôs uma aprendizagem que me ajudou a descobrir as possibilidades e qualidades da pedra: sua densidade, sua potência, sua fragilidade… Percebi então que a parte mais interessante desse processo foi o começo, quando trabalhei a partir de um bloco, de uma figura geométrica perfeita, de um prisma. Tudo o que veio depois foi perdendo interesse, por isso, retrocedi e voltei ao princípio. Comecei a revisar a obra de Oteiza e de outros artistas que me interessavam e souberam utilizar a pedra nas suas obras de forma adequada. Continuei a usar a pedra nas minhas primeiras esculturas, partindo de elementos geométricos. Eu me sentia cada vez mais confortável, controlava bem o processo e o resultado foi o que eu desejava. Achei que a pedra era o material adequado para o tipo de obra que estava desenvolvendo. Ninguém discute hoje a vigência de materiais como a tela e os óleos relacionados à tradição clássica. O importante não é tanto o material em si mesmo, mas o que você vai fazer com ele. O material é somente o veículo, o corpo físico de uma ideia. Muitos, para se afirmar na sua modernidade, apoiam-se no uso de materiais e tecnologias de vanguarda que, frequentemente, escondem a falta de interesse de uma obra.”
Juan Asensio, em entrevista com Rafael Sierra em 2014
Exposição "Linha, Cor e Movimento"
Apresentamos Linha, Cor e Movimento. A nova exposição online de acervo da Dan Galeria.