Catanduva, Brasil, 1944

“Basta ser uma cidade, qualquer cidade. Não importa se é grande, média ou pequena. Bastam algumas construções, poucas ruas, uma ou outra praça não necessariamente arborizada. E para completar, pessoas caminhando por aquele labirinto. Pronto! Está completo um cenário que me desperta imensa curiosidade e um desejo incontrolável de observar e conferir em detalhes o que se passa por ali.

No entanto, se estiver diante de uma cidade imensa, cujo mapa seja um emaranhado de milhares de ruas mal traçadas, povoada por milhões de habitantes onde, além das pessoas, a própria cidade se movimente incessantemente, uma cidade que possua os problemas inevitáveis das grandes metrópoles, alguns aparentemente insolúveis, outros na forma de conflitos solidamente estabelecidos, repito, se estiver diante de uma cidade como essa, diante de São Paulo, por exemplo, tanto melhor… Não me interpretem mal. Afinal, seria uma enorme ingratidão não reverenciá-la e deixar de reconhecer suas virtudes, sobretudo seus enormes braços acolhedores que fazem dela uma cidade para todos.”

Cristiano Mascaro, 2004